Favelas no Brasil têm 17 milhões de habitantes e consumo é maior do que em 22 estados, diz pesquisa

  • 18/07/2025
(Foto: Reprodução)
A comunidade de Heliópolis, na Zona Sul da capital paulista. Divulgação/PMSP Um levantamento do Instituto Data Favela, divulgado nesta sexta-feira (18), aponta que 17 milhões de pessoas vivem em favelas do Brasil e consomem mais do que o dos habitantes de 22 estados do país. As favelas estão movimentando mais de R$ 300 bilhões por ano com renda própria. A pesquisa ouviu 16,5 mil pessoas em 12,3 mil favelas mapeadas, que somam mais de 6,6 milhões de domicílios, o equivalente a 8% de todos os lares do país. Em termos populacionais, as favelas abrigam o mesmo número de pessoas que o estado do Rio de Janeiro, ficando atrás apenas de São Paulo e Minas Gerais. Ainda de acordo com o levantamento, 80% dos entrevistados se esforçam para comprar o que não tiveram na juventude, e 85% dizem que conquistar algo com esforço é motivo de orgulho. A pesquisa também aponta que 62% dos entrevistados já se sentiram excluídos por não poder consumir algo da moda, e metade relata ter sofrido constrangimento por não ter uma marca ou item específico. Quando questionados sobre os planos de compra dos próximos meses: 70% pretendem comprar roupas (em SP, 65%); 60% perfumes (SP 56%); 51% produtos de beleza (SP 51%); 48% eletrodomésticos (SP 46%); 42% materiais de construção (SP 40%). A preocupação com a autoimagem também é marcante: 77% se importam muito com a aparência, 57% consideram cosméticos itens essenciais, e 37% acreditam que cuidar da imagem aumenta as chances de sucesso profissional. As redes sociais também influenciam diretamente esse comportamento: 63% buscam dicas de beleza online, e 57% se inspiram em pessoas com histórias parecidas com as suas. “Valorizar as roupas que se usa é uma forma de ganhar espaço e autoestima. A gente que mora em favela, sobretudo os pretos, se sente muito discriminado. Quando estamos bem arrumados, enfrentamos menos preconceito. Isso mexe com a nossa autoestima”, afirma Celso Athayde, fundador da CUFA (Central Única das Favelas). Além do consumo imediato, muitos moradores querem investir no futuro: 43% pretendem pagar por cursos de formação (SP 38%); 29% em aulas de idiomas (SP 26%). “É importante a gente perceber o quanto essas pessoas que moram nesses territórios contribuem com a formação da sociedade, mas também com quanto elas consomem. E se consomem, é porque produzem. Isso se reflete na pesquisa e em eventos como a ExpoFavela”, complementa Athayde. Além disso, 94% dos entrevistados dizem ter orgulho de morar na favela — em São Paulo, são 93%. Para 87%, nesses territórios "todo mundo ajuda todo mundo" (SP 85%). Data Favela faz pesquisa com moradores de favelas de São Paulo Heliópolis e Paraisópolis vistos como potências Na capital paulista, Heliópolis e Paraisópolis são símbolos dessa transformação nas maneiras de consumo. As duas maiores favelas de São Paulo somam mais de 114 mil moradores e figuram entre as dez maiores do país. Se formassem uma única cidade, teriam o tamanho de Cubatão ou Ribeirão Pires — com população maior que 88% dos municípios paulistas. Esses territórios concentram centros de comércio ativo, negócios locais em expansão e uma juventude cada vez mais conectada com educação, cultura e empreendedorismo. “Quando colocamos luz nas atividades que estão sendo feitas dentro da favela, contribuímos para que esses negócios cresçam — e, ao crescerem, eles ajudam o país a se desenvolver também”, diz Celso Athayde. Uma dessas histórias é a de Gema Soto Blackmann, venezuelana que abriu um restaurante no Piqueri, na Zona Oeste de São Paulo, depois de encontrar acolhimento nas periferias brasileiras. “A gente veio fugindo da fome e do desamparo. Um grupo de mulheres pretas, faveladas mesmo, acolheu a gente e disse: ‘fica tranquila, estamos aqui pra vocês’. Foi ali que eu me encontrei e tive coragem de empreender”, conta.

FONTE: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2025/07/18/favelas-no-brasil-tem-17-milhoes-de-habitantes-e-consumo-e-maior-do-que-em-22-estados-diz-pesquisa.ghtml


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