Ministério Público denuncia ex-secretário de Administração de Itatiba suspeito de integrar organização criminosa

  • 03/05/2024
(Foto: Reprodução)
Denúncia foi feita à 5ª Vara Criminal de Guarulhos (SP). Secretário acompanhava os processos e orientava passos do grupo para manter as empresas parceiras. Segundo o Gaeco, empresas forjavam competição em licitações para contratar mão de obra terceirizada. Ministério Público denuncia ex-secretário de Itatiba suspeito de orientar grupo criminoso O Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP) denunciou o ex-secretário de Administração da Prefeitura de Itatiba (SP), Eduardo Antônio Sesti Júnior, por suspeita de ligação com uma organização criminosa. A denúncia foi feita à 5ª Vara Criminal de Guarulhos (SP). 📱 Participe do canal do g1 Sorocaba e Jundiaí no WhatsApp Na denúncia, o MP pede que o ex-secretário tenha algumas restrições. Ele não pode, por exemplo, sair da cidade, nem exercer função pública. Sesti Júnior não é mais secretário desde outubro de 2023. Ele também é concursado da Prefeitura de Sorocaba, mas já estava afastado das funções. O MP, no documento, cita o artigo segundo da lei que trata de organização criminosa. A lei define como sanção pena de três a oito anos de prisão, mais multa, para quem promover, constituir, financiar ou integrar, pessoalmente ou por interposta pessoa, organização criminosa tem Entretanto, conforme determina a lei 12.850, 2013, no caso de Sesti Júnior há um agravante, já que ele é servidor público. Nesse caso, a pena pode aumentar até 2/3. Conforme mensagens trocadas pelo grupo ligado ao PCC, por supostas fraudes em licitação, em uma das ocasiões, R$ 35 mil foram separadas para serem enviados a Itatiba (SP) Reprodução Ex-secretário orientava grupo Novas mensagens atribuídas ao ex-secretário de Administração da Prefeitura de Itatiba (SP), Eduardo Antônio Sesti Júnior, mostram como agia o então funcionário para ajudar o grupo criminoso a ganhar licitações na cidade. Sesti Júnior é apontado como o servidor que estaria na folha de pagamentos de uma organização criminosa ligada à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), que é investigada por fraudes em licitações em diversas cidades do estado de São Paulo. Orientação para não "dobrar o negócio" No dia 4 de novembro de 2022, o ex-secretário conversa com Vagner Dias Borges, o Latrell. Borges leva o mesmo nome da empresa investigada pelo Ministério Público. Ele está foragido desde quando a operação foi deflagrada, em 16 de abril. No diálogo, há a orientação para que ele não dobre o que eles chamam de negócio. Eduardo Antônio Sesti Júnior: Boa tarde chefe, blz. Previsão do menino vir pra cá. Vagner Borges: Chefe, ele foi ai hoje. Ai levou do número 1. Semana que vem eu levo o seu ai. O número 1 pediu pra dobrar o negócio, ai posso. Bem agora novembro. Ele está com despesas a mais, pediu pra dobrar o dele. Semana que vem eu mando ai. O ex-secretário Sesti Júnior, então, orienta o empresário acusado de ligação com o PCC, de como ele deve agir. A orientação é para que ele não dobre o negócio, como solicitado. Eduardo Antônio Sesti Júnior: Dobra nada, cara. O cara não está ajudando na renovação na obra, nada condiciona isso. Condiciona a renovação. Não a tranca nele. Fala, pô, ce tá me pedindo? Eu estou colaborando. E ai, velho, como que faz você não? Você está querendo colocar outra aí. Aceita a minha proposta lá e vamos pra cima. Vagner Borges: Semana que vem, eu mesmo vô aí, ai vou encontrar e vou fazer isso. Não é possível afirmar quem seria o "Número 1" e nem de que tipo de negócio eles estavam falando. Seis dias depois, eles voltam a se falar pelo aplicativo de mensagens. O então secretário promete até entregar documentos para o licitante. Vagner Borges: Vaga, o seguinte é Dario está montando a ação popular lá para Itatiba. Só que ele está precisando de uma cópia, cara da proposta da empresa que está se está atualmente sendo a vencedora, né? (...) [nome de uma empresa] e de alguma publicação? Um comunique alguma comunicação oficial que ele foi declarada vencedora. Eu procurei no site, não encontrei essa documentação. Você consegue com o secretário se ele consegue isso para nós ou não?" Eduardo Antônio Sesti Júnior: A declaração de vencedora, eu consigo. Eu já te mando, eu estou em Brasília voltando. Eu já vou pegar na imprensa oficial a proposta vencedora. Eu vou ver se consigo". Policiais do 15º BAEP e da Rota participam de operação do MP-SP em São Paulo nesta terça (16). Acervo pessoal Dinheiro para Itatiba Os valores, ainda conforme o Gaeco, ficam evidentes da própria "prestação de contas" entre os denunciados, como quando um membro do grupo retira R$ 40.000,00 do cofre da casa de Vagner, que seria responsável pelo esquema, para entregar R$ 5.000,00 na cidade de Caieiras e R$ 35.000,00 em Itatiba. Não fica claro para quem era o dinheiro destinado a Itatiba. Conluio com agentes públicos O Gaeco de Guarulhos (SP), onde a investigação teve origem, afirma que além da atuação em conjunto das empresas, a organização criminosa cooptava funcionários públicos, servidores e secretários de administração para a prática das atividades ilícitas. Os promotores lembram que toda a situação era orquestrada e se deu com a atuação do ex-secretário de Itatiba que, acompanhava os processos, e orientava os passos do grupo para manter a contratação com as empresas "parceiras". “Pior, o fazem em conluio com agentes públicos. Facilmente identificável que ‘CESTI’ é Eduardo Antônio Sesti Júnior, secretário de Administração da Prefeitura de Itatiba”, aponta o Gaeco no relatório da denúncia. Inclusive, consta do contrato com a empresa Vagner Borges, que leva o mesmo nome do proprietário, investigado no processo. A empresa é uma das denunciadas a qual Sesti Junior "integra a folha de pagamentos da organização". Secretário foi alvo da operação Em 16 de abril, a operação deflagrada pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Eduardo Antônio Sesti Júnior. Investigação do Gaeco aponta que empresa ligada ao PCC enviou propina para Sorocaba A nova fase da operação visava desarticular um grupo criminoso associado à facção Primeiro Comando da Capital (PCC) suspeito de fraudar licitações em todo o estado. Três vereadores de diferentes cidades paulistas e mais 10 pessoas foram presas. A operação foi feita pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de São Paulo, e pela Polícia Militar. Grupo é suspeito movimentar R$ 200 milhões com licitações fraudadas; entenda Saiba quem são os vereadores presos na operação De acordo com a Prefeitura de Itatiba, Eduardo tem cargo de origem como auxiliar administrativo e atuou na Secretaria de Esportes até outubro de 2023, quando pediu afastamento por motivo de doença. Ele ficou afastado é o dia 14 de abril de 2024. Ainda conforme o poder público, no dia seguinte, Eduardo entrou com um pedido de afastamento das funções por dois anos, período em que vai ficar sem receber salário. Segundo o Gaeco, o ex-secretário agia como mediador entre as empresas e a prefeitura e recebia propina mensal do grupo criminoso. As equipes também cumpriram um mandado de busca e apreensão na Prefeitura de Itatiba. Conforme apurado pelo g1, houve um contrato assinado com a empresa Vagner Borges Dias, em 12 junho de 2019, onde somente três aditivos ou prorrogações do documento somam mais de R$ 11 milhões. A contratação é fruto de um pregão presencial de 2017. Em nota, quando ocorreu a operação, o poder público informou que recebeu equipes do Gaeco e que atendeu todas as solicitações feitas pelos agentes, mas afirmou que o Poder Executivo Municipal não tem relação contratual com os alvos da operação. Nesta sexta-feira (3), a Prefeitura de Itatiba reafirmou que continua colaborando com a Justiça. Eduardo Antônio Sesti Júnior não foi encontrado para comentar o denúncia. Câmara e Prefeitura de Sorocaba já firmaram contratos com empresas envolvidas em grupo ligado ao PCC Como funcionava o esquema De acordo com o MP, a quadrilha era ligada ao PCC e tinha várias empresas. O grupo forjava concorrência para vencer licitações e firmar contratos com diferentes prefeituras e câmaras municipais para contratação de mão de obra terceirizada. A atuação deles no sistema tinha apoio e participação de agentes públicos, dentre eles, vereadores. Os contratos eram na área de serviços de limpeza e postos de fiscalização, como de vigilância em alguns prédios públicos, e somam mais de R$ 200 milhões nos últimos anos. "As empresas investigadas ou estão associadas a integrantes do PCC ou em nome de laranjas. Funcionários de algumas dessas empresas concorriam e simulavam alguma competição em licitações de câmaras e prefeituras e também do estado de SP", explicou o promotor Yuri Fisberg. A suspeita é a de que os parlamentarem recebiam propina para favorecer as empresas do grupo nos contratos de prestação de serviço de limpeza e vigilância nas câmaras municipais. Além dos 15 mandados de prisão temporária, a 5ª Vara Criminal de Guarulhos expediu mandados de busca e apreensão em 42 endereços. O material apreendido foi levado à sede do MP na capital. O que foi apreendido: 4 armas; 22 celulares; 22 notebooks; R$ 3,5 milhões em cheque; R$ 600 mil em espécie e 8 mil dólares. Dinheiro apreendido na manhã desta terça-feira (16) durante operação do MP-SP contra alvos ligados ao PCC. Acervo pessoal Municípios com contratos sob análise Guarulhos, São Paulo, Ferraz de Vasconcelos, Cubatão, Arujá, Santa Isabel, Poá, Jaguariúna, Guarujá, Sorocaba, Buri, Itatiba e outros municípios têm contratos sob análise. Também há um contrato com o governo de SP que está em investigação. Segundo os promotores, havia simulação de concorrência com empresas parceiras ou de um mesmo grupo econômico. Veja mais notícias da região no g1 Sorocaba e Jundiaí VÍDEOS: assista às reportagens da TV TEM

FONTE: https://g1.globo.com/sp/sorocaba-jundiai/noticia/2024/05/03/ministerio-publico-denuncia-ex-secretario-de-administracao-de-itatiba-suspeito-de-integrar-organizacao-criminosa.ghtml


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