Mortes súbitas e atendimentos por arritmias cardíacas aumentam na região de Campinas; veja possíveis causas e cuidados
Cresce número de atendimentos a pessoas com arritmia cardíaca em 2025 em Campinas
O número de mortes súbitas registradas na região de Campinas aumentou 14,94% entre janeiro e agosto de 2025, segundo dados da Secretaria de Saúde de SP. Na área do Departamento Regional de Saúde de Campinas (SP), que atende 41 cidades, foram 200 mortes súbitas no período, contra 174 no mesmo intervalo de 2024.
Além das mortes, os atendimentos por arritmia cardíaca também cresceram. Em 2024, entre janeiro e agosto, foram 1.445 registros; já em 2025, o número subiu para 1.893 no mesmo período, o que representa um aumento de 30,99%.
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No estado de São Paulo, o crescimento foi de 14,21% nos atendimentos, passando de 43.706 para 49.900. As mortes súbitas chegaram a 1.500, um aumento de 6,38% em relação ao ano anterior.
O que é arritmia cardíaca?
A arritmia é uma alteração nos batimentos do coração, que podem se tornar acelerados (taquicardia), lentos (bradicardia) ou irregulares, mesmo com frequência aparentemente normal.
Os sintomas mais comuns incluem palpitações, tontura, desmaios e mal-estar. Em casos graves, a condição pode levar à morte súbita.
Perfil dos pacientes
Na cidade de Campinas, os dados mostram que a maioria dos casos de arritmia ocorrem em pessoas com 75 anos ou mais. A proporção entre homens e mulheres é equilibrada.
Possíveis causas para o aumento
Segundo o médico cardiologista e diretor de Estimulação Cardíaca e Eletrofisiologia do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia, Hugo Bellotti, O crescimento dos casos pode estar relacionado a fatores como:
Sedentarismo
Má alimentação
Estresse crônico
Tabagismo
Consumo de álcool
Hipertensão e diabetes descontroladas
Inflamações cardíacas pós-Covid-19
Maior procura por check-ups e exames preventivos
Além disso, o envelhecimento da população contribui para o aumento absoluto de doenças cardiovasculares.
"O estilo de vida hoje da população está mais estressante do que no passado. A gente observa cada vez mais indivíduos hipertensos, indivíduos diabéticos que vêm se tratando. E, com o avanço da medicina e dos meios de saúde, a população está vivendo mais, está ficando mais velha. Então, obviamente, o número de doenças cardiovasculares aumenta", avalia o médico.
Cuidados e tratamento
Bellotti informa que nem todas as arritmias têm cura, mas muitas podem ser controladas com medicamentos e mudanças no estilo de vida.
Em alguns casos, é possível realizar a ablação, um procedimento minimamente invasivo que cauteriza a área do coração responsável pela arritmia. "Você vai lá e cauteriza a região da arritmia responsável pelo problema, e o indivíduo fica curado", explica.
O médico reforça que a prevenção é a melhor forma de evitar complicações. Entre as principais recomendações estão:
Manter alimentação balanceada, rica em frutas, verduras, grãos integrais e com baixo teor de sal e gordura;
Praticar atividade física regular (ao menos 150 minutos semanais);
Não fumar e moderar o consumo de álcool;
Controlar a pressão arterial, colesterol e glicemia;
Gerenciar o estresse, adotando práticas como meditação ou atividades que proporcionem bem-estar.
“A arritmia nem sempre dá sinais evidentes, mas pode ser detectada em exames simples, como o eletrocardiograma. O diagnóstico precoce é o principal aliado na prevenção de complicações graves. Manter uma rotina de exames e hábitos saudáveis é essencial para reduzir os riscos”, orienta o cardiologista.
Ilustração mostra o coração e os pulmões na cavidade torácica
American Heart Association
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