'Pega varetas' no vestibular: estratégia de adiar questões difíceis pode aumentar a confiança em matemática
11/11/2025
(Foto: Reprodução) Bincadeira com varetas
Sesc/Divulgação
A prova de matemática do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) representa um quarto da nota total. São 45 questões aplicadas no segundo dia de avaliação, marcado para domingo (16). Além de domínio do conteúdo, ela exige leitura atenta, interpretação e estratégia.
Rodrigo Serra, professor de matemática do Colégio Oficina do Estudante, explica que a principal dificuldade não está no cálculo ou na memorização das fórmulas. É necessário que o aluno tenha calma para ler as questões e entender os enunciados com mais facilidade.
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Uma forma de fazer isso é apostando em técnicas que ajudam a melhorar a confiança e a autoestima no momento da prova. Nesse sentido, a prática de deixar as questões mais difíceis por último, chamada de "pega varetas" pode funcionar bem, segundo Serra.
📚 Esta reportagem compõe o projeto Vestibulou, uma parceria do g1 Campinas com a EPTV para divulgar informações relacionadas aos principais vestibulares e ajudar na preparação dos estudantes.
O que é a estratégia "pega varetas"?
Essa estratégia é chamada de "pega varetas" porque funciona como no jogo, que consiste em retirar varetas mais fáceis de uma pilha sem mexer nas outras -- o que exige cuidado e estratégia.
Primeira leitura: faça uma leitura atenta de cada questão.
Ataque imediato: se a questão for de um assunto que você domina e a resposta for imediata, resolva-a. Isso ajuda a construir a autoconfiança.
Marcar e voltar: se a questão exigir mais interpretação ou cálculo, coloque um pontinho ao lado e siga a prova.
Não perder tempo: o ponto mais importante é não ficar preso em uma única questão e não perder tempo.
“O estudante precisa fazer uma primeira leitura e, se a questão for de um assunto que ele domina, já resolver. Isso ajuda nos mecanismos de crença e autoconfiança. As mais difíceis, com cálculos mais longos, devem ser marcadas para resolver no final. O importante é não perder tempo, porque a prova é extensa e exige habilidade para decidir quando avançar”, orienta.
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Garantir as mais fáceis contribui para o TRI
O professor lembra que o Enem tem uma forma específica de correção, a Teoria de Resposta ao Item (TRI), mecanismo de correção que privilegia coerência nas resoluções. Ela não considera somente a quantidade bruta de acertos, mas também quais itens o aluno acertou.
Por isso recomenda priorizar as questões que parecem mais fáceis para garantir o acerto nelas e validar a nota evitando ser pego em uma incoerência no cálculo do TRI. "Se o aluno erra uma questão muito tranquila, que teoricamente é fácil, e acerta uma muito difícil, o sistema entende que ele tentou chutar. É incompreensível para o TRI, então a nota dele pode baixar."
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"A proposta do Enem é que o aluno saiba ler, escrever e interpretar. E a interpretação está presente na matemática, porque você precisa da leitura, você precisa interpretar, extrair os dados e a partir dali resolver situações de problema," explica o professor.
Áreas recorrentes
A hora dos estudos também requer estratégias, o que inclui atenção especial às áreas da disciplina que são praticamente obrigatórias devido à recorrência nas provas. É o que ocorre, por exemplo, com matérias relacionadas a:
estatística (média, mediana e moda);
geometria plana e espacial;
e progressões aritméticas e geométricas.
“O aluno deve lembrar especialmente as fórmulas dos sólidos como cilindro, cone e esfera, porque aparecem muito em situações do cotidiano, como piscinas, caixas d’água e embalagens, por exemplo”, comenta.
Ainda assim, reforça que o exame não é focado na memorização, mas no exercício de aplicação de raciocínio lógico onde as fórmulas funcionam como ferramentas. Além disso, toda a prova é elaborada a partir de situações do dia a dia e temas que estão em alta na mídia.
“Podem aparecer questões sobre cálculo de porcentagem em compras, leitura de gráficos de doenças ou fenômenos climáticos. É a matemática usada como meio para ler o mundo”, completa.
O professor destaca entre as áreas que merecem ser lembradas:
Para revisar em matemática do Enem
Revisão com provas anteriores
Para quem já vem estudando desde o início do ano, o professor aconselha focar na revisão e no reconhecimento do estilo do exame procurando provas anteriores para entender os assuntos mais frequentes.
Já para quem deixou os estudos para a última hora, Serra diz que ainda dá tempo de se preparar, e a melhor forma também é revisando provas antigas, mas com especial atenção para reforçar conceitos aos quais o aluno tem mais dificuldade.
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