Brasileiro que trabalha em cruzeiro flagra momento em que orcas caçam pinguim na Antártida: 'Vida selvagem é incrível'

  • 01/02/2025
(Foto: Reprodução)
Pedro Rosa, de 23 anos, é de Sorocaba (SP) e trabalha como bartender em um cruzeiro, durante a temporada de verão na Antártida. Bióloga marinha fala sobre o comportamento das orcas e o trabalho de pesquisa envolvendo os animais. Brasileiro que trabalha em cruzeiro flagra momento em que orcas caçam pinguim na Antártida Há três meses, Pedro Rosa, de 23 anos, embarcou em uma aventura rumo à Antártida. Soube de uma vaga de bartender em um cruzeiro pela internet e decidiu se candidatar. O jovem de Sorocaba (SP) conseguiu ser selecionado e tem vivido dias únicos desde então, como presenciar e registrar o momento em que três orcas caçam um pinguim (assista acima). 📲 Participe do canal do g1 Sorocaba e Jundiaí no WhatsApp Na cena, as orcas aparecem perto do navio e Pedro conseguiu gravar o exato instante em que o pinguim é capturado por uma das baleias. Ao g1, ele contou que fez a imagem no fim de dezembro de 2024, próximo ao Natal, e considerou a experiência como um presente. O vídeo foi publicado por ele nas redes sociais no fim de janeiro. "É muito maluco a gente conseguir ver um momento desse tão específico, porque as orcas em si são grupos migratórios e não têm um lugar específico, como, por exemplo, as colônias de pinguins. É difícil de encontrar, porque elas estão passando no meio do Polo Sul. Então, a gente tem que ter sorte de encontrar, e mais sorte ainda de presenciar uma cena dessa. A vida selvagem é incrível." Pedro Rosa trabalha desde novembro em um cruzeiro na Antártida Pedro Rosa/Arquivo pessoal Pedro relata que as expedições para o Polo Sul da Antártida são restritas e que quem faz esse tipo de viagem precisa seguir regras, como não se aproximar dos animais. Portanto, o comando do navio sempre reforça o que os viajantes podem ou não fazer para que a experiência seja segura para todos. "Aqui, a gente vê centenas de pássaros, pinguins de todos os tamanhos, baleias, paisagens lindas e magníficas. Eu não consigo fingir costume, não consigo me acostumar com tudo isso. Queria mostrar para todo mundo que eu conheço um pedacinho da Antártida e mostrar como meus olhos brilham quando eu vejo alguma coisa desse jeito, sabe? A Antártida é muito legal." Para ver os animais, os turistas são orientados sobre as regras de segurança Pedro Rosa/Arquivo pessoal O jovem começou a trabalhar no continente no dia 6 de novembro de 2024, e deve permanecer até março deste ano a bordo, já que as viagens ocorrem durante o verão. "Depois de março, já fica muito frio aqui. Não há condição de você sair lá fora. Por exemplo, aqui, um dia normal tem -2°C e gira em torno disso. Mas no inverno é maluquice. Tem ventos muito fortes e 40°C, não tem como o pessoal fazer cruzeiro." Pedro já pôde ver de perto pinguins dos mais variados tamanhos Pedro Rosa/Arquivo pessoal Orcas no sul do Brasil? A bióloga marinha Marilia Olio trabalha como guia de expedição em cruzeiros e gerenciamento de dados pela plataforma de ciência cidadã Happywhale. O site permite que as pessoas possam colaborar com imagens de baleias no oceano para que sejam estudadas. A pesquisadora também morou por cinco anos na Antártida e, por meio da análise do vídeo feito por Pedro, relata que nunca tinha visto esse comportamento de orcas antes. "O pinguim está ali, preso. Eu fiquei na dúvida se aquela baleia não quer dividir e, por isso, está segurando, ou se está usando o barco para ajudar a agarrar. No vídeo, são dois adultos e um mais jovem. Geralmente, elas viajam em grupos e o líder é a fêmea mais velha", explica. Brasileiro que trabalha em cruzeiro flagra momento em que orcas caçam pinguim na Antártida Marilia detalha que existem cinco ecótipos de orcas na Antártida, são eles: A, B1, B2, C e D. Os ecótipos são divididos de acordo com a maneira como elas se alimentam. As orcas do vídeo aparentam ser do ecótipo B2 (ou gerlache, como também são conhecidas), que geralmente são menores e se alimentam de pinguins. No entanto, Marilia afirma que pesquisadores acreditam que elas se alimentam de outra coisa também, mas é algo que ainda está sendo estudado. "Pode ser que essas três estavam acompanhadas de mais orcas, mas no vídeo não mostra. Quando se alimentam, algumas trabalham em conjunto ou se espalham para que cada uma cace algo diferente. Se elas estão se alimentando, é provável que sejam da mesma família. Poderiam ter outras famílias por perto, porque, quando elas vão acasalar, elas não acasalam com animais do mesmo grupo." Vídeo foi feito em dezembro de 2024, mas divulgado recentemente Pedro Rosa/Arquivo pessoal Além disso, conforme a pesquisadora, as orcas do ecótipo B2 são mais curiosas. Há registros desses animais se aproximando da popa do navio e brincando com bolhas. "Quando as orcas vão caçar os alimentos, já foi vista a jubarte defendendo a comida. Há estudos científicos sobre isso e ainda não existe uma explicação plausível. Falam que as jubartes podem ser mais altruístas. Esse ecótipo B2 nunca foi visto caçando jubarte. É muito legal, porque, às vezes, as pessoas têm a imagem de que as orcas são assassinas, mas, nesse caso, só caçam pinguins. Não existe registro de orcas atacando pessoas na natureza, apenas em cativeiro." Temporada de verão é a melhor época para viagens na Antártida Pedro Rosa/Arquivo pessoal Marilia também observou que as orcas que aparecem no vídeo do Pedro possuem uma cor mais amarelada. Segundo ela, pesquisadores apontam que essa característica surge por influência da temperatura. Um estudo publicado pela revista científica Biology Letters, da academia nacional de ciências do Reino Unido, The Royal Society, em 2011, mostrou a migração das baleias. "Quando elas ficam muito tempo no frio, a cor delas fica meio laranja. Em alguns locais, pesquisadores colocaram satélite e conseguiram ver que as orcas saíram da Antártida e foram até o Chile. Outras vieram até o sul do Brasil. Os pesquisadores supõem que elas vão para águas mais quentes para trocar a pele. Assim, a pele volta a ficar branco e preto de novo e voltam para a Antártida", conforme explica Marilia. Veja mais notícias da região no g1 Sorocaba e Jundiaí VÍDEOS: assista às reportagens da TV TEM

FONTE: https://g1.globo.com/sp/sorocaba-jundiai/noticia/2025/02/01/brasileiro-que-trabalha-em-cruzeiro-flagra-momento-em-que-orcas-cacam-pinguim-na-antartida-vida-selvagem-e-incrivel.ghtml


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